O objetivo é estabelecer as melhores práticas no manuseio de resíduos e identificar os pontos de geração de resíduos, quais suas conseqüências e quais as soluções
O Porto de Imbituba (SC) está recebendo o Projeto Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes nos Portos Marítimos Brasileiros, em conformidade com o Termo de Cooperação Técnica e Financeira, firmado entre a Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A equipe da primeira etapa foi recepcionada pelo engenheiro Gilberto Barreto, presidente do Conselho de Autoridade Portuária, em uma apresentação geral sobre o projeto a todos os envolvidos nas atividades portuárias.
Até o dia 31 de maio as equipes de campo serão treinadas e percorrerão toda a área portuária, mapeando e identificando possíveis fontes geradoras de resíduos, efluentes e fauna sinantrópica (seres vivos que habitam o Porto de maneira adaptada, como pássaros, ou que são nocivos, transmitindo doenças, como ratos, por exemplo). O objetivo é implantar o programa, desenvolvendo estudos ambientais, econômicos, sociais e tecnológicos. Através de uma estruturação de rede de pesquisas, elaborando diagnósticos da situação.
Jeziel Pamato, Administrador do Porto, acredita que a presença do Programa em Imbituba trará benefícios para o Porto e para a cidade. “Recentemente fomos listados pela ANTAQ entre os três Portos Destaque em Gestão Ambiental, de 30 portos públicos avaliados no Brasil. Temos um grande comprometimento com as questões de resíduos, sempre buscando a melhor maneira para administrá-los. Os dados coletados pela equipe ajudarão o Porto de Imbituba a identificar quais ações implantar para otimizar a prevenção, eliminação ou reciclagem dos resíduos”, afirma.
Gilberto Barreto, com várias experiências em gestão de resíduos portuários, lembra da importância do envolvimento dos operadores e trabalhadores portuários, bem como das autoridades locais, como Prefeitura e Anvisa. “Devemos aproveitar ao máximo a oportunidade da presença desses especialistas para alavancar as ações que a Administração do Porto, o CAP e a ACIM já estão desenvolvendo para a implantação de boas práticas na gestão de resíduos portuários. Buscamos a melhoria para evitar danos ambientais, garantir a segurança do trabalhador e da mercadoria e o cotidiano das populações no entorno do porto e de suas vias de acesso. O CAP tem trabalhado desde o ano passado nesse projeto e a presença dos especialistas da Universidade, contratados pela Secretaria dos Portos, promove troca de experiências e resultados na gestão de resíduos”, comenta.
Como o projeto funciona
Em sua apresentação, o professor Aurélio Lamare Soares Murta informou que o projeto, que faz parte do PAC 2, começou em dezembro de 2010, realizando palestras de especialistas de universidades sobre a importância do tema, no Seminário de Gestão Ambiental Integrada de Resíduos Sólidos e Efluentes nos Portos Organizados Brasileiros, reunindo autoridades portuárias, Marinha, Secretaria Especial dos Portos (SEP), ANTAQ, MMA e Órgãos Ambientais.
Os resíduos sólidos, efluentes e a fauna sinantrópica nociva (animais nocivos que se aproximam do homem pela facilidade de alimento, água, acesso e abrigo), podem ser gerados nas operações de bordo, nas operações portuárias, nas atividades administrativas, de apoio e de manutenção. O Projeto determinará a quantidade identificada, de quais tipos são e, junto com os atores envolvidos, chegar às medidas necessárias. Os pontos de geração de efluentes são identificados através de geoprocessamento, para informação geográfica com indicação exata dos locais de ocorrência.
“Entender como funciona a geração de resíduos é crucial para que possamos pensar em uma solução. Precisamos criar uma metodologia para se adequar às necessidades do Porto de Imbituba. Queremos fazer uma parceria para ter uma troca de informações, para que possamos saber onde estamos errando, onde o Porto já errou e acertou, discutindo entre todos os atores de maneira que o Porto e a cidade sejam os maiores beneficiados. Unindo pesquisa, o cotidiano dos portos e as proposta de soluções é possível ter um cotidiano transformado”, explica Murta.
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