Novas perspectivas da atividade portuária são norteadoras do futuro da cidade
No dia 21 de junho, Imbituba comemora 52 anos desde sua mais recente emancipação política. Localizado no coração da cidade, o Porto participou intensamente das diferentes fases do município e atualmente coloca Imbituba como eixo multimodal do Sul do Estado, correspondendo à mola propulsora do desenvolvimento regional.
"A história de Imbituba e do Porto se entrelaçam. Nestes 52 anos de emancipação política, a atividade portuária corresponde ao alicerce da cidade e atualmente é este o setor que coloca Imbituba como foco do crescimento regional", declarou Jeziel Pamato de Souza, Administrador do Porto e natural de Imbituba.
Este aniversário marca uma fase em que Imbituba volta-se ao futuro, preparando sua base para crescer de forma integrada e responsável nos próximos 52 anos. Sob nova gestão desde 2005, o Porto passou por um processo de modernização que abriu as portas da cidade para novas oportunidades. Com processos de arrendamento de terminais e áreas de armazenagem, a Companhia Docas de Imbituba conseguiu atrair investimentos e alavancar a atividade portuária, transformando o antigo terminal exportador de carvão em um porto polivalente. Estas novas perspectivas da atividade portuária são elementos norteadores do futuro da cidade.
"O Porto de Imbituba sempre esteve e estará presente no desenvolvimento de nossa cidade, razão pela qual sua gestão é realizada de forma responsável e comprometida com esta realidade. Além disso, nosso Porto é uma fronteira importantíssima para o desenvolvimento que se estabelece a passos largos na região. As parcerias estabelecidas, não só com a iniciativa privada, mas também com o Poder Público Municipal, propiciaram a criação de inúmeros postos de trabalho, aumento de renda e de oportunidades às famílias imbitubenses", completou o gestor.
Os acertos desta nova gestão são comprovados pela quantidade e variedade de cargas movimentadas com recordes no último bimestre, além de investimentos em equipamentos, ampliação da capacidade do Porto e qualificação de mão-de-obra. A localização estratégica do Porto de Imbituba, suas condições naturais e projeções expansionistas corroboram também a vocação portuária do município.
A SEGUNDA EMANCIPAÇÃO
Em 1923, Imbituba obteve sua primeira emancipação político-administrativa, cujo prefeito, então chamado de superintendente municipal, foi o engenheiro Álvaro Monteiro de Barros Catão. O primeiro prefeito eleito ficou no poder até 1930, quando o município foi extinto pelo então Governador Provisório do Sul do Estado, coronel Fontoura Borges do Amaral.
A segunda emancipação ocorreu somente em 21 de junho de 1958, sendo eleito como prefeito Walter Amadei Silva. Na época, em função de uma decisão da Assembléia Legislativa do Estado no ano de 1949, a cidade chamava-se Henrique Lage. A denominação Imbituba só retornou em 1959, um ano após sua segunda emancipação política.
A ATIVIDADE PORTUÁRIA
Com a descoberta das jazidas de carvão no Sul do estado de Santa Catarina no final do Século XIX, Imbituba foi escolhida para sediar o porto de escoamento deste mineral, que seria transportado desde as minas – a maioria localizada na região de Criciúma – por uma estrada de ferro que na época estava em construção. Entretanto, como os projetos de lavra não prosperaram de imediato, a implantação das instalações portuárias teve início somente no decorrer do ano de 1919 com o pioneirismo do empresário carioca Henrique Lage, a obra foi iniciada com a construção do molhe de proteção, dos escritórios e dos armazéns. Na época, Lage obteve ajuda do Engº Álvaro Catão, então Diretor da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina.
Em 1922, foi criada a Companhia de Mineração de Carvão do Barro Branco e, em 12 de novembro do mesmo ano, surgiu a Companhia Docas de Imbituba, sob direção de Álvaro Catão, que viria a obter, pelo Decreto nº 7.842, de 13 de setembro de 1941, a concessão para executar os melhoramentos e explorar comercialmente o porto. Nesta fase das obras, os primeiros 100m do cais de atracação foram inaugurados em 4 de maio de 1942. Todos os navios de carga ou passageiros da Companhia Nacional de Navegação Costeira passaram a fazer escala no Porto de Imbituba.
Durante aproximadamente 50 anos, o Porto de Imbituba esteve vinculado à mineração do carvão, chegando a movimentar, na década de 1980, cerca de 4 milhões de toneladas anuais. Contudo, a redução das alíquotas de importação e a retirada do subsídio ao carvão catarinense, em 1990, acarretaram no colapso da indústria da mineração em Santa Catarina.
Nesta nova conjuntura, o Porto de Imbituba precisou transformar-se de mero terminal exportador de carvão para um porto polivalente, buscando alternativas de cargas para serem movimentadas por esta fronteira, além da atração de investidores para melhoria e modernização de estruturas. Com a chegada do século XXI e uma nova fase no desenvolvimento brasileiro, houve uma corrida por infraestrutura e logística, fazendo com que os agenciadores de cargas redescobrissem o Porto de Imbituba.
ATUALIDADE DO PORTO DE IMBITUBA
No ano de 2008, com o arrendamento do Terminal de Contêineres, vencido pelo Tecon Imbituba, uma empresa subsidiária do Grupo Santos Brasil, o Porto de Imbituba conquistou seu principal parceiro na ampliação da sua infraestrutura. Ao todo, R$ 400 milhões foram direcionados pelo Grupo para fazer de Imbituba o maior gateway do Estado de Santa Catarina.
Atualmente, está em execução a obra de ampliação do cais, com previsão de término em maio de 2011. Este investimento objetiva o aumento da área de atracação dos berços 1 e 2, transformando o comprimento total atual de 250 metros para 660 metros. Paralelamente à construção do novo cais, há a previsão de obras de dragagem entre outubro de 2010 e setembro de 2011, que visam ao aumento da profundidade do Porto para 15 metros, além das obras de fortalecimento dos molhes de abrigo, executadas pelo Exército.
O projeto final prevê, além da nova estrutura com 660 metros de cais acostável, a conclusão da pavimentação do Pátio 2, totalizando 150 mil metros quadrados de retroárea operacional e a construção de 3 mil metros quadrados de armazém coberto, bem como dois guindastes móveis sobre pneus Post Panamax, com 48 metros de alcance e 100 toneladas de capacidade existentes, a aquisição de quatro portêineres Super Post Panamax, com 60 metros de alcance e capacidade para 65 toneladas - dois deles, no valor total de US$ 15 milhões, serão entregues até junho de 2011.
Além do Terminal de Contêineres e de Carga Geral, o Porto de Imbituba também tem outra área arrendada para operações e armazenagem de coque pela empresa CRB, do Grupo Votorantin. Além disso, está em processo licitatório o Terminal de Fertilizantes e Ração Animal.
|