Obra aumentará em 47% a capacidade atual dos portos catarinenses
Imbituba, 02/12/2009
Matéria: Michele Cardoso
Krill COM - Assessoria de Comunicação CDI
Fotos: Marcello Timm
Com uma nova infraestrutura de 660 metros de comprimento de cais acostável (410m em construção e 250m em recuperação), o Porto de Imbituba firma-se como uma das principais molas propulsoras do desenvolvimento da região Sul de Santa Catarina. No valor aproximado de R$ 153 milhões investidos pelo Tecon Imbituba, a obra aumentará em 47% a capacidade atual dos portos catarinenses. E as boas notícias não param por aí: a Construtora Andrade Gutierrez pretende concluir a ampliação do cais dos berços 1 e 2 cinco meses antes do prazo, que é abril de 2011.
De acordo com o engenheiro responsável pela obra, José Santos, todos os esforços concentram-se na entrega da ampliação dos berços 1 e 2 em aproximadamente um ano. “A obra iniciou em janeiro de 2009 e o nosso objetivo é entregar o novo cais, com área total de 20.500 metros quadrados, no final de 2010”, afirmou Santos, gerente de obras da Construtora Andrade Gutierrez.
As obras civis iniciadas em janeiro de 2009 compreendem a ampliação dos berços 1 e 2 do terminal, a qual inclui a construção de um novo cais com 410 metros de comprimento por 50 metros de largura e o alargamento dos berços existentes com 250 metros de comprimento, em 12 metros de largura, assim como a recuperação estrutural complementar.
Para o engenheiro, Imbituba reservou surpresas e muito aprendizado a todos os envolvidos. “A paralisação em função do bate-estaca poderia ter comprometido todo o cronograma da obra. Porém, após a implantação do Programa de Monitoramento das Baleias Francas, percebemos que o comprometimento de nossa equipe impulsionou ainda mais os trabalhos. Agora, com o fim da temporada das baleias, precisamos contar com a estabilidade do tempo para adiantarmos a cravação das estacas”, destacou Santos.
“Desafio é criar uma alternativa na cadeia logística”
O aumento da estrutura do Porto de Imbituba veio com a licitação do Terminal de Contêineres, vencida por uma empresa do grupo Santos Brasil em março de 2008. A empresa subsidiária da Santos Brasil, Tecon Imbituba, é responsável pelos investimentos de cerca de R$ 283 milhões para melhoria da infraestrutura.
O objetivo é elevar a capacidade de movimentação para cerca de 700 mil contêineres/ano. Com o término da obra, o Porto de Imbituba poderá receber embarcações de maior porte, ou seja, navios da geração Post Panamax, com até 300 metros de comprimento. A expectativa com relação à movimentação é de que ocorra um aumento natural pela utilização do novo berço e pela migração de carga da região Sul de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul.
“O Sul de Santa Catarina tem um grande potencial de produção e precisa de um Porto para alavancar o desenvolvimento da região, com instalações compatíveis à nova demanda que se projeta. O desafio é criar uma alternativa na cadeia logística, tornando o Terminal de Contêineres uma excelente opção para o Sul do Brasil”, afirmou o superintendente do Tecon Imbituba, Bruno A. R. Figurelli.
A fase final do projeto prevê uma nova estrutura com 660 metros de cais acostável, 150 mil metros quadrados de retroárea operacional, 3 mil metros quadrados de armazém coberto, quatro portêineres Super Post Panamax, com 60 metros de alcance e capacidade para 65 toneladas, dois guindastes móveis sobre pneus Post Panamax, com 48 metros de alcance e 34 toneladas de capacidade.
Megacanteiro de obras
Para se ter uma idéia da dimensão de uma obra como esta, vale a pena conhecer alguns dados quantitativos. “A ampliação do cais de atracação requer a cravação de 1.200 estacas que são produzidas aqui mesmo, no canteiro de obras da Construtora Andrade Gutierrez. São cerca de 6 mil peças pré-moldadas (placas de cabeça, lajes, vigas e defenças) que pesam de 1 a 32 toneladas, feitas em 200 mil metros quadrados de formas. Além disso, é necessária a produção de 40 mil metros cúbicos de concreto em uma usina que também fica integrada ao pátio e utilizamos ainda 7 mil toneladas de aço”, explicou Alberto Schifino, engenheiro de obras.
Mão-de-obra 80% regional
A Construtora Andrade Gutierrez, que é uma das maiores do país, teve boas surpresas com os trabalhadores naturais de Imbituba e região. Dentre os 400 funcionários envolvidos na obra, 320 são de Santa Catarina. “Toda obra tem suas peculiaridades. Aqui em Imbituba, além de aprendermos sobre a realidade regional, no caso da cidade ser o berçário das baleias francas, outro fator de destaque foi quanto às contratações. Tivemos em média 80% da mão-de-obra local e ficamos impressionados com a força de vontade daqueles que se integraram ao time da Construtora Andrade Gutierrez”, explicou Ricardo de Freitas Kasper, gerente de Qualidade, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Responsabilidade Social (QMSSRS).
Governo Federal também investe
Além dos investimentos da iniciativa privada no Porto de Imbituba, o Governo Federal já injetou R$ 23 milhões - outros R$ 17 milhões devem ficar para o próximo ano nas obras de recuperação do Molhe de Abrigo (obra que está em execução pelo 10º Batalhão de Engenharia do Exército Brasileiro). Quanto à dragagem, a primeira parte foi concluída em setembro pela Companhia Docas de Imbituba e executada com recursos tarifários. Com isso, o Porto hoje apresenta um calado de 11 metros. Agora, a intenção é buscar recursos para uma segunda fase, que permita obter um calado de 15 metros.
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